Quando me sentava no meu quarto, com as paredes forradas de posters dos Pearl Jam e Nirvana, com recortes do Brad Pitt e do Johnny Depp nos armários, com desenhos feitos a lápis de cor no canto ao pé do puff, a secretária preta cheia de coisas, o diário aberto com queixumes e frases profundas, a aparelhagem ligada e a porta fechada, quando me sentava a escrever e a ter pena de mim própria, a maldizer os meus pais, o meu corpo, o meu cabelo, a minha cara, não imaginava que 19 anos mais tarde estaria a escrever isto uma hora e meia antes de ir para uma reunião de pais, a primeira.Não imaginava que da minha boca sairiam frases como "cuidado com os dedos", "não ponhas isso na boca", "tens de comer a sopa toda, abre a boca já", "quem é a bebé da mamã?" ou "tens cocó?".Naqueles tempos de auto comiseração e baixa auto estima, paixões assolapadas e calças à boca de sino, não podia saber que 19 anos depois andaria a dar beijinhos em nódoas negras, beijinhos que curam cabeçadas nas portas e nas ombreiras e no chão, joelhos esfolados e dor de barriga. Há 19 anos eu não dizia "a água agora vai dormir, temos de ir embora da praia" para evitar birras, nem sabia que vê-la finalmente a beber Compal por uma palhinha era melhor do que os moranguitos em Almada Velha ou as cubas libres no Bairro Alto.
13 de maio de 2015
Caneco! Estas palavras podiam ser minhas!!!!
Estas palavras podiam ser minhas. Bastaria substituir o Johnny Depp pelo Tom Cruise. Ah, e não tinha nenhum puff no quarto. De resto....está lá tudo. Que texto fixe este:
Quando me sentava no meu quarto, com as paredes forradas de posters dos Pearl Jam e Nirvana, com recortes do Brad Pitt e do Johnny Depp nos armários, com desenhos feitos a lápis de cor no canto ao pé do puff, a secretária preta cheia de coisas, o diário aberto com queixumes e frases profundas, a aparelhagem ligada e a porta fechada, quando me sentava a escrever e a ter pena de mim própria, a maldizer os meus pais, o meu corpo, o meu cabelo, a minha cara, não imaginava que 19 anos mais tarde estaria a escrever isto uma hora e meia antes de ir para uma reunião de pais, a primeira.Não imaginava que da minha boca sairiam frases como "cuidado com os dedos", "não ponhas isso na boca", "tens de comer a sopa toda, abre a boca já", "quem é a bebé da mamã?" ou "tens cocó?".Naqueles tempos de auto comiseração e baixa auto estima, paixões assolapadas e calças à boca de sino, não podia saber que 19 anos depois andaria a dar beijinhos em nódoas negras, beijinhos que curam cabeçadas nas portas e nas ombreiras e no chão, joelhos esfolados e dor de barriga. Há 19 anos eu não dizia "a água agora vai dormir, temos de ir embora da praia" para evitar birras, nem sabia que vê-la finalmente a beber Compal por uma palhinha era melhor do que os moranguitos em Almada Velha ou as cubas libres no Bairro Alto.
Quando me sentava no meu quarto, com as paredes forradas de posters dos Pearl Jam e Nirvana, com recortes do Brad Pitt e do Johnny Depp nos armários, com desenhos feitos a lápis de cor no canto ao pé do puff, a secretária preta cheia de coisas, o diário aberto com queixumes e frases profundas, a aparelhagem ligada e a porta fechada, quando me sentava a escrever e a ter pena de mim própria, a maldizer os meus pais, o meu corpo, o meu cabelo, a minha cara, não imaginava que 19 anos mais tarde estaria a escrever isto uma hora e meia antes de ir para uma reunião de pais, a primeira.Não imaginava que da minha boca sairiam frases como "cuidado com os dedos", "não ponhas isso na boca", "tens de comer a sopa toda, abre a boca já", "quem é a bebé da mamã?" ou "tens cocó?".Naqueles tempos de auto comiseração e baixa auto estima, paixões assolapadas e calças à boca de sino, não podia saber que 19 anos depois andaria a dar beijinhos em nódoas negras, beijinhos que curam cabeçadas nas portas e nas ombreiras e no chão, joelhos esfolados e dor de barriga. Há 19 anos eu não dizia "a água agora vai dormir, temos de ir embora da praia" para evitar birras, nem sabia que vê-la finalmente a beber Compal por uma palhinha era melhor do que os moranguitos em Almada Velha ou as cubas libres no Bairro Alto.
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